segunda-feira, 19 de março de 2012

Ricardo Murad expõe a falta de comando de Roseana




Existem situações onde alguns dizem que “debaixo do angu, tem caroço”.
Mas, uma recente confusão palaciana no Maranhão, demonstra que hoje,
no grupo Sarney, tem um caroço que está em cima do angu...

Se depender de Ricardo Murad, Luis Fernando Silva, o atual chefe da
Casa Civil do governo maranhense, não se elegerá nem presidente de
associação de bairro em São José de Ribamar.  Atual Secretário de
Saúde do Estado e cunhado de Roseana e de Fernando Sarney, Ricardo tem
trabalhado, insistentemente, para desmoralizá-lo. E tem conseguido,
por incrível que pareça, usando e abusando de empregados do próprio
Sistema Mirante!

Ironicamente, Luís Fernando Silva, uma espécie de padrinho do Geia (a
ong de Jorge Murad), é o mesmo que foi apontado, há um ano, pela mídia
de José Sarney, como pré-candidato da oligarquia ao governo do
Maranhão, em 2014. Hoje, com os ataques sofridos, ele perdeu muito
terreno e é tido por muitos como uma carta fora do baralho. Quem está
com a bola toda é o senador Edison Lobão, atual ministro das Minas e
Energia e pai do tristemente famoso, Edinho Lobão. Do alto dos seus
quase 80 anos, este ex-capacho da ditadura militar, hoje colado em
Dilma Rousseff, aparece como o provável candidato para “renovar” o
poder da oligarquia local.

E nesta novela que envolve o apetite de Sarneys, Murads, Lobões e
Lobinhos, Luís Fernando, faz o papel de bode expiatório.  Ricardo lhe
escolheu como alvo inicial, porque ainda tem vivo na memória o
ocorrido na última eleição para a presidência da Assembleia, onde ele
era tido e havido, por toda classe política do Maranhão, como o nome
que iria presidir o Poder Legislativo, por longos anos... Mas, em
janeiro do ano passado, Ricardão foi abatido em pleno vôo, às vésperas
daquele pleito, por uma manobra arquitetada por Roseana e Jorge Murad,
tendo como cúmplices Fernando Sarney e Edmar Cutrim, conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A ideia deles era trair o parente para eleger Max Barros. Mas, no
apagar das luzes, a situação saiu do controle do “primeiro casal”,
pois Fernando e Edmar, os operadores, deram uma de “João sem braço” e
garantiram a eleição do veterano Arnaldo Melo, inclusive, lhe
convencendo a entrar na disputa.

Naquela eleição, apesar da surpresa de última hora - vendida pela
mídia da família Sarney-Murad como uma rebelião dos deputados novatos
- o “problema palaciano” estava resolvido, pois o indesejado não
conseguiu o seu objetivo.  E na época, Luis Fernando, já Chefe da Casa
Civil, sabia exatamente qual o interesse do comando governista e, bem
mandado, cruzou os braços diante dos planos e da posterior agonia de
Ricardo Murad.  E hoje, como Ricardo não pode (ainda) dar o troco
naqueles que verdadeiramente lhe puxaram o tapete, sobrou para Luís
Fernando.

Sucessão deflagrada - Roseana ainda está no segundo ano daquilo que
ela prometeu ser o “melhor governo de sua vida”. Mas, estes problemas
internos já precipitaram as ações visando a sua sucessão, deixando
evidente a dificuldade dela de exercer o comando político do grupo
estruturado sob o poder de seu pai (estamos falando de comando, não
confundir com grosserias e ataques histéricos).

Uma matéria publicada no último dia 15 de março, na mídia do Sarney,
mostra que existe hoje uma preocupação diante deste problema,
evidenciado pelas pancadas contra Luís Fernando. Um relese distribuído
pela Secom, falando do “governo itinerante”, dizia que “Roseana uniu
todas as correntes políticas de Codó”. Indiferente a qualquer obra, a
intenção foi mostrar uma suposta “capacidade de articulação e
aglutinação” de Roseana. Enfim, um texto tentando tapar o sol com a
peneira, beirando a idiotice... Ninguém é liderado por Roseana! Todos
estão em torno do governo, enquanto houver governo...

A verdade é que La Rose, que sempre foi bancada na marra pelos
devaneios de José Sarney, pode está começando a viver o seu ocaso.  As
primeiras peças para 2014 foram mexidas, sem a participação do
Palácio, onde ela ainda está instalada. Enquanto segue olhando para o
baralho, peças importantes do xadrez político são movidas longe de sua
interferência. Ricardo Murad, por exemplo, já fechou com seu velho
amigo Lobão, deixando claro, publicamente, ao atacar Luis Fernando,
que não considera a liderança do “primeiro casal”.

Na Assembleia, o incolor Arnaldo Melo, que tem a possibilidade
regimental de disputar a reeleição, é o candidato natural, tendo
inclusive certa simpatia de José Sarney. Mas, Roseana e Jorge tentarão
mais uma vez fazer de Max Barros o presidente do Poder Legislativo
maranhense, para que ele tenha a possibilidade de assumir o governo do
Estado em 2014, já que todos apostam que Washington (o vice sem voto)
será “convidado” a renunciar ao posto, ganhando algum prêmio de
consolação (que dificilmente será a prefeitura de São Luís).

Com Max no governo, Roseana e o marido imaginam poder impor o
candidato na sucessão. Se não for com Luis Fernando, eles iriam com o
próprio Max, ou até com Gastão Vieira (hoje Ministro de Estado). Mas,
Lobão, o senador da TV Difusora, é a pior opção para eles.

Já diziam as velhas raposas, que política é como nuvem, hora está com
uma forma e, quando se olha novamente, ela já mudou. Mas, a preço de
hoje, é possível que uma nova operação para empurrar o nome de Max
Barros goela abaixo da Assembléia, poderá ter, mais uma vez, um alto
custo para Roseana, Jorge e o desgoverno... Como costuma dizer a
desembargadora Nelma Sarney, sem pedir segredo, isso é coisa de
curriola!

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