segunda-feira, 26 de março de 2012

Ai se ele te pega, Flávio Dino!




Por: Lázaro Albuquerque Matos

No último domingo, 18 de março, chegando de Duque Bacelar, às 14h, vi o jornal “O Estado do Maranhão” em cima de uma mesinha, logo ao entrar em minha casa. De olho na coluna do Sarney, vi um título curioso em epígrafe: “AI SE EU TE PAGO”! Com a ânsia de ler logo a coluna do senador, pus-me a fazê-lo, sem banho e sem almoço antes, pensando ser algo do tipo “Ai se eu te pego”, da música do Michel Teló, ou seja: pegar atrizes da televisão. Thais Persoza que o diga.

Para não ser atacado por uma crise de dislexia, fui ao comércio do Paulinho, perto de minha casa, e comprei um daqueles litros de cerveja, pois, para mim, cerveja é bom para estimular o entendimento de leitura. Mas naquele dia, a cerveja não estava me ajudando a entender o texto do senador José Sarney. Leitura vai, leitura vem, e nada de chegar a uma conclusão do que escreveu o senador. Inverno, São Bento, sapo, milho verde (com pamonha e canjica), pássaros e peixe da baixada faziam parte do texto, mas no contexto não me davam um itinerário lógico do que eu lia. Quase dou uma de Rolando Lero quando ele falou de um sapo velho ensinando a matemática dos sapos aos sapos novos. Num momento de introspecção, pensei: captei. Nada!

No vaivém da leitura, entre um gole e outro de cerveja, fui extraindo lentamente, em forma de entendimento, um pouco do que escreveu o pai da governadora: a situação das chuvas em São Luís, com o tráfego caótico da cidade causado por elas. Mesmo ele grafando “tráfico”, a cerveja, nessa hora, ajudou-me a entender muito bem que a preocupação do nosso senador era com o trânsito de São Luís (pois falou em buraco que a Prefeitura não tapa) e não com o comércio de droga. Ele demonstrou, também, uma preocupação com as chuvas no interior do estado, onde sua filha governadora fazia o governo itinerante, inaugurando hospitais, mesmo com as águas de março caindo a todo vapor. “O meu governo tem de funcionar até debaixo d’água”, disse a entusiasmada governadora ao pai, por telefone. Afirmou ele.

“Ai se eu te pego, inverno de minha infância”. Assim veio a conclusão do artigo do senador José Sarney. Ainda bem! Querer cantar a música de Teló, com aquela coreografia, a liturgia do cargo de presidente do Senado não deixa nosso velho Sarney de guerra fazer, como eu pensava, ao ver o título da coluna.

Mas afinal o que o senador José Sarney quis dizer no último divagar domingueiro no jornal dele? Não era pegar inverno de sua infância e nem elogiar o governo da filha Roseana, este o próprio jornal e a TV Mirante elogiam diariamente, não precisaria de sua pena para tanto. Nada de abstrato, Sarney quer pegar algo concreto, de carne e osso. Mas quem será o alvo dele? Com certeza, Jackson Lago não é, pois morto não lhe interessa. O prefeito João Castelo, ressabiado, não cairá mais no alçapão de Sarney. Tadeu Palácio e Conceição Andrade já caíram no laço dele, não interessa mais a ele pegá-los. José Reinaldo e Edson Vidigal, já estiveram no dedo dele como papagaio obediente, mas voaram, e os mesmos não se deixam mais ser alvo do pegar de Sarney. Alguma alma do saco do Dutra o senador não quer pegar, pois lhe fazem medo, com a tal catinga de camaleão.

Então, refazendo a leitura mal entendida da coluna do inteligente senador José Sarney, eu só posso chegar a um raciocínio lógico, tirado das entrelinhas metafóricas de sua escrita naquele dia: Flávio Dino. Está aí o querer pegar do imortal José Sarney. Pegando Flávio Dino agora em 2012, Sarney poda asas dele para 2014. A arma? Claro, a eleição para prefeito de São Luís.

Cuida-te, Flávio Dino, não deixas o homem te pegar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário