segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sarney perde espaço no setor energético e Palácio ‘queima’ Lobão





Devagar e sem alarde, a presidente Dilma Rousseff está ‘expurgando’ o PMDB do setor energético. Depois de tirar o partido do comando da Eletrobrás e trocar o presidente e dois diretores da Eletronorte, indicados pela legenda, o aliado agora está sendo apeado da Petrobrás. O golpe final está programado para depois das eleições municipais, quando Dilma planeja acelerar a migração do ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (PMDB-MA) de volta ao Congresso, para disputar a sucessão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Lobão até argumentou que preferia continuar no ministério, mas o Planalto prosseguiu em sua estratégia, patrocinando a filiação do secretário executivo Márcio Zimmermann ao PMDB. Como Zimmermann não tem militância política e já substituiu Lobão durante a campanha eleitoral de 2010, por determinação de Dilma, a cúpula do PMDB entende que a volta do ministro ao Congresso significará o expurgo completo da legenda do setor elétrico.

Desgostosos e preocupados com o enfraquecimento da sigla no Executivo, dirigentes peemedebistas avaliam que não vale a pena brigar por cargos agora, mas já falam em dar o troco à primeira crise que demandar o apoio dos aliados a medidas impopulares. O PMDB decidiu se calar com o objetivo de poupar energia para a guerra da sucessão da Câmara. De comandar as duas Casas do Legislativo o partido não abre mão. Líderes já falam em ‘ir às últimas consequências’ para manter o poder da legenda no Congresso.

Expoentes do grupo Sarney reconhecem o apreço pessoal de Dilma por Lobão, mas entendem que a presidente começou mal seu projeto de levá-lo ao comando do Senado. Embora sejam majoritários na bancada de senadores do PMDB, eles preveem problemas e não têm dúvida de que o Planalto lançou a ideia na hora e da forma errada.

‘O Palácio queimou o Lobão com esta operação desastrada’, resume um peemedebista experiente, para quem a filiação de Zimmermann tem a finalidade de justificar o discurso de que o PMDB continuará com o ministério.

Ainda assim, é o senador Sarney, e não o ministro, o mais atingido pelas mudanças em um setor que, desde o governo Itamar Franco, abriga técnicos por ele apadrinhados. É o caso de José Antonio Muniz, que Dilma tirou do comando da Eletrobrás e transferiu para a diretoria de Transmissão, um posto de pouca importância política para um partido que tinha a presidência e a diretoria financeira da holding.

Perda. Peemedebistas lembram que a Eletrobrás é a maior companhia do setor elétrico na América Latina. A holding controla o sistema de geração, transmissão e distribuição de energia em todo o País, com cinco distribuidoras, seis empresas de geração e transmissão, 164 usinas e participação societária em 19 companhias estaduais de energia.

Também se queixam de terem perdido a presidência de Furnas, onde Dilma colocou Flávio Decat, um técnico de sua preferência pessoal, e lembram que a influência do partido na Agência Nacional de Energia Elétrica também acabou.

Na Petrobrás, o PMDB só tem hoje o diretor internacional, Jorge Luiz Zelada, que teve seu cargo esvaziado e está demissionário. A única participação do ministro na troca da diretoria da estatal foi um comunicado da presidente. Ao avisar Lobão de que Planalto e Petrobrás estavam decididos a por fim à influência política na empresa, Dilma disse que a melhor pessoa para fazer as indicações técnicas era a presidente da Petrobrás, Graça Foster. Ao ministro foi dada a opção de veto, não exercida até porque ele nem conhecia a maioria dos nomes apresentados.


Do jornal O Estado de São Paulo

Empresa investigada pela PF pode emperrar obra no Italuís





A empresa EIT, investigada pela Polícia Federal em 2008, na operação 'Boi Barrica' (rebatizada 'Faktor'), pode atrasar a obra de substituição da tubulação de um trecho de 20 quilômetros (Campo de Perizes) do Sistema Italuís, que abastece com água potável perto de 450 mil pessoas da região da Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar). Devido à corrosão, a tubulação tem sofrido constantes rompimentos.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), realizada entre os dias 13 de fevereiro e 23 de março deste ano – a cujo relatório, datado de 18/04/2012, o Jornal Pequeno teve acesso –, constatou que a EIT, que integra o consórcio vencedor da licitação para tocar a obra com o nome de EIT Construções S/A (CNPJ 13.424.192/0001-05), apresentou atestados de capacidade técnica em nome da EIT Empresa Industrial Técnica S/A (CNPJ 08.402.620/0001-69).

Os auditores do TCU também descobriram que EIT Construções S/A foi criada em 23 de março de 2011, apenas três meses antes da abertura da primeira fase da concorrência.

As outras empresas que compõem o consórcio vencedor da licitação são Edeconsil Construções e Locações Ltda e PB Construções Ltda.

De acordo com o que concluíram os auditores do TCU, 'foi indevida a aceitação pela Comissão Central Permanente de Licitação do Maranhão (CCL/MA) da documentação de qualificação técnica' da EIT.

Os cinco integrantes da CCL que aprovaram a documentação da EIT Empresa Industrial Técnica S/A em lugar da EIT Construções S/A são apontados como responsáveis pela ocorrência da irregularidade, e é sugerido no relatório da auditoria que sejam ouvidos.

Também é sugerida pelos auditores do TCU que a Caema 'não emita ordem de início dos serviços ou, caso já o tenha feito, suspenda a execução dos serviços relativos ao contrato firmado, até que o TCU delibere sobre o mérito dos autos'.

O valor total dos repasses programados para a obra no Sistema Italuís soma quase R$ 153 milhões – R$ 129 milhões da União e R$ 24 milhões da contrapartida do governo maranhense.

O relatório dos fiscais do TCU já está nas mãos do ministro relator João Augusto Ribeiro Nardes, que pode cancelar o certame e determinar a realização de uma nova licitação, o que atrasará ainda mais as obras de substituição da tubulação do trecho do Campo de Perizes.

Histórico – A EIT é notoriamente ligada ao grupo Sarney desde meados da década de 90, quando protagonizou o escândalo da 'estrada fantasma' Paulo Ramos-Arame (MA-008), no governo Roseana Sarney. A governadora pagou à construtora, entre 1995 e 1996, R$ 33 milhões por uma estrada de 128 km de extensão que nunca foi efetivamente construída, interligando os dois municípios mencionados.

Em 2008, a EIT foi flagrada pela Polícia Federal e pelo TCU praticando irregularidades múltiplas nas obras da ferrovia Norte-Sul, articulada com o 'esquema Fernando Sarney-Ulisses Assad' na estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. O sangramento de verbas públicas destinadas à ferrovia consta do inquérito da Polícia Federal resultante da operação 'Boi Barrica'.

Um 'grampo' da PF – realizado em 5 de maio de 2008 – flagrou um contato ao telefone entre Flávio Barbosa Lima (dono de empresas que atuavam no 'esquema Fernando', segundo a PF) e Romildo Frota (dono da EIT). Na conversa, Flávio cobra agressivamente de Romildo uma 'propina' devida pela obtenção de uma subempreitada (provavelmente o trecho Pátio de Santa Isabel-Pátio de Uruaçu, em Goiás, da ferrovia Norte-Sul).

JP

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Roseana Sarney é insultada durante protesto em São Félix do Balsas






A governadora Roseana Sarney também conhecida por Futinha foi vaiada nesta terça-feira durante inauguração de um hospital na cidade de São Félix do Balsas.

Depois de passar pela cidade de Loreto, em seu governo itinerante pela região Sul do Maranhão, Roseana Sarney passou por cenas de constragimentos.

Segundo informações uma multidão realizava ato de protesto durante a inuaguração do hospital, quando um cidadão gritou que a cidade precisava também de comida e estradas.

O cristão teria arremessado um monte de planfletos em diração à Roseana Sarney, tendo os seguranças interceptado a ação e prendido o manifestante.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Lobista dá a entender que Sarney queria comprar negócio de lixo






Integrantes da quadrilha dizem em grampo ter acesso ao gabinete de Sarney Filho

Diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo apontam para um suposto interesse de familiares do presidente do Senado, José Sarney, de uma empresa que usaria uma técnica importada da Alemanha para a incineração de lixo. Segundo uma das conversas grampeadas, o lobista Dagmar Alves conversa com Gleyb Ferreira, uma espécie de “faz-tudo” de Carlinhos Cachoeira. A intenção era marcar uma apresentação de negócios na Delta. Segundo a gravação, ele queria mostra à empresa, que também opera no ramo de coleta de lixo, uma tecnologia alemã para incineração de lixo.

Em 29 de abril, outra conversa gravada pela PF mostra Gleyb dizendo para usar uma pessoa chamada Eduardo para interceder no negócio. Ele é, segundo a PF, um suposto assessor do gabinete de Sarney Filho (PV-MA). Na conversa, diz-se que ele teria nfluência no Instituto Brasília Ambiental (Ibram), onde segundo a PF, o grupo de Cachoeira pretendia pagar propinas para regularizar uma fazenda grilada em Brasília.

Em outra conversa, em 27 de julho de 2011, Dagmar afirmou a Gleyb que “o pessoal daqui” em conjunto “com o do Sarney” pretende “comprar a parte deles no negócio”. A gravação não deixa claro que tipo de negócio é, nem quais integrantes do clã Sarney estão envolvidos.

As conversas apontam para uma tentativa de ligação de pessoas do grupo de Cachoeira e a Delta com a família Sarney. A gravação traz Gleyb dizendo ter “acesso direto” ao gabinete do deputado Sarney Filho (PV-MA) em Brasília. É citado também nas conversas José Adriano Sarney, filho do deputado e neto do presidente do Senado. Um grampo de 14 de julho mostra uma pessoa identificada como Rodolfo dizendo a Gleyb ser necessário resolver “o negócio da moto” e afirmando ter conversado com “o filho de Sarney”. A PF suspeita que a conversa era, na verdade, sobre Adriano Sarney. “Adriano?”, pergunta a PF no inquérito.

De acordo com as assessorias do senador José Sarney (PMDB-AP) e do deputado Sarney Filho, a família não possui qualquer negócio com a Delta, com Carlinhos Cachoeira ou com o lobista Dagmar Alves. Também disseram desconhecer a presença de um assessor chamado Eduardo no gabinete na Câmara e quais são os negócios referidos pela Polícia Federal. As assessorias negaram que a família tenha atividades relacionadas à coleta de lixo. Sobre o negócio da moto, a assessoria de Sarney Filho disse desconhecer do que se trata.

“Pessoal do Sarney” quer comprar o negócio

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Em grampo, Sarney tenta promover aliado de Cachoeira



“O cara tá avisado, já”, responde o presidente do Senado a um ex-servidor do Palácio que tentava promoção na Infraero, de acordo com grampo da PF. O problema é que esse ex-servidor é acusado de facilitar a entrada de mercadorias contrabandeadas para a quadrilha do bicheiro



                                             
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aparece em diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Em um deles, é ele mesmo quem fala. Em outros, ele é mencionado pelos interlocutores. No grampo em que aparece a voz de Sarney, ele atua em favor da promoção de um servidor da Empresa de Infra-Estrutura Aeoroportuária (Infraero), que estava cedido à Presidência da República quando o presidente era Sarney, para trabalhar na portaria. Ocorre que o servidor, Raimundo Costa Ferreira Neto, conhecido como Ferreirinha, segundo a investigação da Polícia Federal, facilitaria a entrada de produtos contrabandeados nos aeroportos para a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Nas demais conversas em que Sarney é mencionado, outros membros da quadrilha de Cachoeira conversam sobre um método de incineração de lixo de tecnologia da Alemanha. E dizem que “o pessoal do Sarney” teria interesse em comprar a parte deles no negócio.

Em nota ao Congresso em Foco, o presidente do Senado disse que o pedido de promoção de Ferreirinha “não foi atendido” pela Infraero. Mesmo questionado especificamente sobre isso, a assessoria de Sarney não responde na nota se ele sabia das ligações de Ferreirinha com o grupo de Cachoeira, embora, em conversas com a reportagem, seus assessores neguem essa possibilidade. Além do próprio Sarney, são citados nos grampos o deputado federal Sarney Filho (PV-MA) e Adriano Sarney, neto do presidente do Senado. Eles aparecem nos grampos sobre sobre lixo. Sarney nega que sua família tenha negócios no setor de resíduos sólidos. Também negam qualquer envolvimento com as pessoas do grupo de Cachoeira que são flagradas nas conversas.







 Na conversa monitorada pela PF, Ferreirinha e Sarney falam sobre o cargo na Infraero



Porteiro superintendente

De acordo com Sarney, Ferreirinha trabalhou com ele como porteiro no Palácio do Planalto durante seu mandato presidencial (1985-1990). Estava cedido pela Infraero. Os grampos da PF mostram uma conversa entre ele, que vinha sendo monitorado por fazer parte do esquema de Cachoeira, com Sarney no dia 31 de março de 2011, às 11h37. Ferreirinha fala primeiro com um assessor de Sarney chamado Vanderlei, que passa o telefone para o próprio presidente do Senado. O ex-porteiro presidencial reclama que sua promoção não saiu. E menciona mudanças nos aeroportos de Brasília e do Rio de Janeiro. Sarney responde: “Mas o cara tá avisado, já”. Não se sabe quem seja “o cara”.

Em um diálogo anterior, de 18 de março de 2011, Ferreirinha conversa com o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Maias de Araújo, o Dadá, araponga que fazia trabalhos de espionagem para o esquema de Cachoeira. Na conversa, eles tratam da liberação de mercadorias no aeroporto de Brasília. De acordo com o juiz da 11ª Vara Federal em Goiânia, Paulo Augusto Lima, há indícios de que Raimundo Costa prestava o serviço de facilitar a entrada de contrabando para o grupo de Cachoeira “mediante vantagem”.

No meio da conversa, os dois terminam por falar em José Sarney. Ferreirinha diz que o presidente do Senado á havia conversado com “Meirelles”. A PF supõe que possa ser o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles). É porque, na sequência, fala-se que Meirelles pediu para Sarney procurar Gustavo do Vale, ex-diretor do BC na gestão de Meirelles e atual presidente da Infraero. Para a PF, o objetivo era “aparentemente indicar Raimundo Costa Ferreira Neto”, um ex-porteiro da Presidência da República, para uma Superintendência Regional” da Infraero.



                                      Segundo a PF, Ferreirinha ambicionava um cargo de "superintentende"


Na nota, Sarney não respondeu se conversou com “Meirelles” sobre a promoção de Ferreirinha. O ex-presidente do Banco Central não retornou os contatos feitos com seus assessores. Hoje, ele é presidente da J&F, holding do grupo JBS, que recentemente comprou a empreiteira Delta Construções, também envolvida com Cachoeira.

Sarney não foi, porém, a única tentativa de Ferreirinha para tentar a promoção. Um dia depois da conversa com Sarney, ele ligou, o dia 1º de abril de 2011, para o ex-diretor da Infraero Rogério Bazelatti. Ele comenta que a nomeação não tenha sido. “Eu fui com o véio, né?”, diz Ferreirinha, provavelmente referindo-se ao presidente do Senado. Bazelati responde: “Você foi no cargo errado, e não com a pessoa errada”.

Na sequência da mesma conversa, o ex-porteiro afirma que, apesar dos reveses, está “tranquilo”, uma vez que tinha “até o apoio até do senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO). Demóstenes hoje está ameaçado de perder o mandato por conta das evidências do seu envolvimento com a quadrilha de Cachoeira. “Tem cara até da oposição”, vangolria-se Ferreirinha.

Demóstenes disse ao site que nunca foi procurado por Ferreirinha e nunca atendeu nenhum pedido dele. “Se ele disse isso, o fez para se jactar”, afirmou o senador por meio de seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

“Não conheço Sarney”

Procurado pelo Congresso em Foco, Raimundo Costa, o Ferreirinha, dá uma versão que difere da versão dada em nota pela assessoria de Sarney. Ele não quis comentar as acusações feitas pela PF, de desvio de mercadorias para facilitar a atuação da quadrilha de Cachoeira. “Eles vão ter que provar o que dizem. Não sou eu que tenho que provar”, afirmou Ferreirinha.

Em seguida, embora apareça em grampo falando com Sarney e o presidente do Senado admita que houve a conversa, Ferreirinha negou qualquer relacionamento com o presidente do Senado. “Eu não conheço Sarney, eu não conheço ninguém”, disse. Ferreirinha, que tem 34 anos de Infraero, negou ainda ter trabalhado na Presidência da República. Como se não bastasse a própria conversa com Sarney, há outro grampo em que ele diz a um interlocutor que, naquele momento, estava chegando na casa do presidente do Senado.

Ferreirinha pediu à reportagem que procurasse a Infraero e a PF para esclarecer o assunto. O site não conseguiu contato com Gustavo do Vale ou com a assessoria da Infraero.


UOL

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Governo aluga sem licitação carros-pipas por R$ 4,4 milhões




O problema da falta de água em alguns bairros de São Luís é crônico e tê-la dia sim, dia não nas torneiras ou dia nenhum quando acontece algum rompimento na tubulação, já não é nenhuma novidade.

O que, creio, não justifica uma “licitação por emergência” , em outras palavras, sem licitação, no valor de R$ 4.475.000,00, para a contratação de carros-pipas para garantir o abastecimento de São Luís, durante seis meses, enquanto dura a reforma do Sistema Sacavém/Paciência.

Ora, não sei se tenho o sentimento de pobre, mas R$ 4,4 milhões, considero muito dinheiro.

A solução paliativa encontrada pela Caema é válida. Mas a essa fortuna ?

São 50 carros-pipas na distribuição de água em 29 bairros, 517 ruas e 16 mil residências, sob a coordenação da Defesa Civil.

A H2O Transporte e Locações de Veículos e Máquinas Ltda. foi a escolhida para fazer o transporte da água, que será distribuída em dias alternados

Garrone

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Justiça nega pedidos de Roseana para atrasar processo de cassação




Os planos da governadora Roseana Sarney (PMDB) de retardar o julgamento do processo que pede a cassação de seu diploma e do vice, Washington Oliveira (PT), por abuso de poder políticos e econômico nas eleições de 2010, vai se tornando cada vez mais difícil de concretizar.

As manobras até agora não deram qualquer resultado esperado pela Oligarquia. O processo anda, e anda a passos largos. O Diário Oficial de Justiça trouxe ontem a publicação do despacho do Ministro Arnaldo Versianni que indeferiu todos os pedidos feitos pela governadora Roseana Sarney, por Washington Oliveira e pelo diretório estadual do PT.

A banca de advogados do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), que move o processo de cassação, acredita que esta é a última fase antes da apresentação das alegações finais, que deve acontecer durante o mês de junho, para que o processo vá a julgamento em agosto.

Os planos da Oligarquia, de ver o processo julgado somente em 2013, esbarra num pequeno problema: falta combinar com os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, que pretendem julgar todos os processos pendentes das eleições de 2010, antes das eleições municipais de outubro.

Jorge Viera

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Lobão Filho paga aluguel a mãe de advogado com verba do Senado



Senador custeia R$ 10 mil por mês com recurso indenizatório do Senado para manter escritório político na área mais nobre do MA



Wilson Lima e Adriano Ceolin, Portal iG Brasília

Com patrimônio imobiliário de R$ 1,2 milhões, Lobão Filho gasta R$ 10 mil com aluguel de escritório no MA. O maior do Senado.

O senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) gasta R$ 10 mil mensais da verba do Senado para alugar um imóvel que está em nome da mãe de seu advogado no Maranhão. Entre os 81 senadores, o filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), é quem mais gasta com custeio de aluguel de escritório político em seu Estado natal.

A proprietária do imóvel onde funciona o escritório de Lobão Filho é Thereza de Maria Villas Boas Santos, mãe do advogado Ruy Eduardo Villas Boas Santos. Ele defendeu Lobão Filho em vários casos e trabalha com ele há pelo menos cinco anos. Um destes casos era um processo criminal no qual o senador foi acusado de manter uma rádio pirata na cidade de São Mateus, a aproximadamente 200 quilômetros da capital maranhense.

Esse imóvel fica na avenida dos Holandeses, bairro Calhau, a área mais nobre de São Luís, capital maranhense. O próprio senador reconhece o custeio do imóvel. Diz que paga entre R$ 6 mil e R$ 7 mil no escritório e o restante é referente ao aluguel do imobiliário. Ele também admitiu que o imóvel é da mãe de seu advogado. “A casa é toda mobilhada, toda estruturada. Não é só uma casa”, disse Lobão. “É da mãe do meu advogado. Mas lá tem ar condicionado, mesa, cadeira. É tudo montado”, complementou o senador. O iG procurou o advogado Ruy Eduardo Villas Boas Santos para comentar o caso. Deixou inclusive recados em seu escritório no Maranhão. Mas ele não retornou às ligações até o fechamento desta matéria.

Conforme dados do portal da transparência do Senado, Lobão Filho custeia esse escritório desde março do ano passado. Ao todo, o senador já pagou R$ 120 mil apenas na locação de seu escritório político no Maranhão. Esse valor mensal, por exemplo, é 50% superior ao que o próprio senador gastou com esse mesmo tipo de serviço quando ele esteve no Senado em janeiro e fevereiro de 2010. O valor gasto com aluguel em um ano pelo senador é suficiente para comprar um apartamento de classe média com cerca de 60 metros quadrados em São Luís.

Para efeito de comparação com os demais senadores do Maranhão, Clovis Fecury (DEM) gasta R$ 800 com aluguel de seu escritório político (12 vezes e meia menos que Lobão Filho); Epitácio Cafeteira, R$ 750 (valor 13 vezes inferior). Em outros Estados, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) gasta R$ 8 mil com locação do seu escritório em Belo Horizonte; Marta Suplicy (PT) gasta R$ 6 mil com seu comitê em São Paulo, assim como Lindberg Farias (PT), no Rio de janeiro.

O custo mensal do escritório de Lobão Filho no Maranhão equivale ao aluguel uma sala comercial no Centro de São Paulo com aproximadamente 320 metros quadrados. Em São Luís, com R$ 8 mil mês é possível se alugar uma casa mobilhada à beira da praia, com cinco quartos, duas suítes e cinco vagas na garagem. O senador afirmou que não acha o valor do imóvel de seu escritório político acima da média.

Em sua declaração de bens das eleições de 2010, Edison Lobão Filho afirmou ter doze imóveis no Estado. São dois apartamentos (um na cidade turística de Barreirinhas), duas residências e oito lotes. Os imóveis do senador estão avaliados em aproximadamente R$ 1,2 milhões. Isso representa metade do patrimônio de Lobão Filho.

Onde estão os hospitais de Roseana Sarney?




Da Redação Vermelho / Maranhão

A população de São Luís quer saber qual o endereço dos 72 hospitais anunciados pelo governo do estado e pela Secretaria Estadual de Saúde. Em indicação feita pelo vereador Geraldo Castro (PCdoB), a Câmara de Vereadores pede, em caráter de urgência, que a Secretaria de Saúde do estado esclareça a localização de cada hospital divulgado por Roseana Sarney.

O documento foi apresentado ao plenário da Câmara de Vereadores na manhã de hoje e busca saber o número de hospitais que já estão funcionando, já que a propaganda institucional do governo do estado afirma que existem hospitais prontos e entregues, mas não especifica quantos e nem onde eles se localizam.

O objetivo da solicitação é garantir à população de São Luís e de todo o estado as informações necessárias para o devido acesso à saúde pública, já que os endereços dos hospitais anunciados não são de conhecimento público.

“Sendo São Luís metrópole do estado e recebendo um contingente enorme de pacientes vindos de outros municípios, é importante que a população de São Luís saiba quais regiões já são atendidas pelo serviço de saúde,” explicou o vereador Geraldo Castro.

Maranhão tem 161 escolas com nome dos Sarney




O Globo

No ano em que foi declarado patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997) ficou menor no Maranhão. Por decisão da Secretaria estadual de Educação, o nome do educador será apagado da fachada do prédio anexo de uma escola pública de Turu, bairro de São Luís. Em seu lugar, será pintado o novo nome da escola: Centro de Ensino Roseana Sarney Murad. Os uniformes dos alunos já foram mudados.

No Maranhão, o sobrenome Sarney já está em 161 escolas, mas a mudança em Turu não deve ser interpretada apenas como mais um sinal do culto à família de Roseana. Para a direção da escola, o importante é ter a certeza de que o nome da governadora pintado na fachada atrairá mais recursos e outros paparicos da administração central de um estado onde 61% das pessoas, com 10 anos de idade ou mais, não chegaram a completar a educação básica (de acordo com dados do Censo 2010). Isso é sarneísmo, movimento político liderado pelo senador José Sarney (PMDB), que comanda o Maranhão há quase cinco décadas.

- Sarney nem mora aqui. Seu controle só é ativado em momentos muito específicos – disse o professor Wagner Cabral, do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Sarneísmo, uma história de 47 anos

Reportagem publicada ontem no GLOBO revelou a existência de uma rede de falsas agências de turismo que fornece mão de obra barata, arregimentada no interior do Maranhão, para a lavoura de cana-de-açúcar e para a construção civil do Sudeste e do Centro-Oeste. Para os especialistas ouvidos pelo jornal, o fenômeno é resultado de uma perversa combinação de fatores, da má distribuição da terra à tragédia educacional no estado, todos fortemente associados ao sarneísmo.

Desde 1965, quando José Sarney (PMDB) assumiu o governo maranhense, o grupo do atual presidente do Senado venceu dez eleições para governador, chefiou o Executivo local por 41 anos e só perdeu o controle político do estado em duas ocasiões: quando o aliado e então governador José Reinaldo Tavares rompeu com o sarneísmo, em 2004, e dois anos depois, quando Jackson Lago (PDT) derrotou sua filha e herdeira política, Roseana, que concorria ao terceiro mandato de governadora. Mesmo assim, por pouco tempo: em 2009, Lago teve o mandato cassado por compra de votos.

O sarneísmo é um movimento diferente de outras correntes políticas, como o getulismo ou o brizolismo. Não se sustenta na adoração da figura do líder e nem tem uma base popular. Em lugares como Codó, Timbiras e Coroatá, cidades a 300 quilômetros de São Luís, que formam uma espécie de enclave do trabalhador barato no interior do estado, só se vê o nome Sarney em prédios públicos. Todavia, a cada abertura das urnas eleitorais, a família reafirma um poder que nem a estagnação econômica foi capaz de ameaçar.

- De um lado, Sarney é homem de ligação com o governo federal. Tem poder em Brasília por ser uma peça fundamental no jogo da governabilidade. De outro, mantém as prefeituras de pires na mão – sustenta Wagner Cabral.

- Ele fala por uma questão ideológica e política. Sarney proporcionou um salto de progresso no estado. Os fatos históricos são diferentes – rebate o jornalista Fernando César Mesquita, porta-voz de Sarney.

No Maranhão, a força do sarneísmo está na pequena política. Quando descobriu que a escola Paulo Freire, onde trabalha, seria rebatizada com o nome da governadora, a professora Marivânia Melo Moura começou a passar um abaixo-assinado para resistir à mudança. A retaliação não demorou:

- A direção ameaçou transferir-me – disse a professora, que mora no mesmo bairro da escola e vai de bicicleta ao trabalho.

A Secretaria de estado da Educação alega que o anexo da escola Paulo Freire mudou de nome porque foi incorporado à estrutura, já existente, do Centro de Ensino Roseana Sarney Murad, “devido à necessidade de uma estrutura organizacional, com regimento, gestão e caixa escolar próprios, no referido anexo”.

O Maranhão, onde quase 40% da população é rural, é uma espécie de campeão das estatísticas negativas. Enquanto o Brasil tem 28% de trabalhadores sem carteira assinada, o percentual no estado supera os 50%. Na relação dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, listados pelo IBGE, nada menos do que dez cidades são maranhenses. O chefe do escritório regional do Instituto, Marcelo Melo, acrescenta ainda que apenas 6% dos maranhenses estudam em cursos de graduação, mestrado e doutorado. Separados, os números já assustam. Se combinados, o efeito é devastador.

- O resultado desses índices de qualificação é uma mão de obra de baixa qualidade.

O professor Marcelo Sampaio Carneiro, do Centro de Ciências Sociais da UFMA, explicou que a estrutura do mercado de trabalho no Maranhão possui duas características principais. A primeira é a elevada participação do trabalho agrícola no conjunto das ocupações, com destaque para os postos de trabalho gerados pela agricultura familiar. Por conta de diversos fatores, ele disse que tem havido uma forte destruição de postos de trabalho nesse setor. De acordo com o Censo Agropecuário, em 1996 existiam 1.331.864 pessoas ocupadas no campo maranhense; em 2006 esse número baixou para 994.144 pessoas. Isso explica, por exemplo, o arco de palafitas miseráveis que cerca o centro histórico de São Luís.

A segunda é a inexistência de ramos industriais dinâmicos que consigam absorver essa oferta de mão de obra, já que a principal atividade industrial no Maranhão é o beneficiamento primário de produtos minerais, como a fabricação de alumínio e alumina pela Alumar e a produção de ferro-gusa por pequenas unidades fabris instaladas ao longo da Estrada de Ferro Carajás. Por esse motivo, o estado, que nos anos 50, 60 e 70 do século passado recebia migrantes, passou, a partir dos anos 1980, a exportar mão de obra. E nem mesmo a sistemática transferência de recursos, via programas sociais, foi suficiente para deter esse esvaziamento:

- A transferência de renda pode até livrar as famílias da fome, mas não é capaz de dinamizar a economia da região – disse Carneiro.