segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Enquanto Roseana oferece 100 milhões por terrenos de Lobão, governadora que pagar indenizações de 28 mil para moradores que serão desalojados pela Via Expressa




 Indignados com tal possibilidade, os moradores da comunidade estão se organizando e se mobilizando para não permitir a destruição do local, que, além das centenas de famílias que residem no local há anos, possui pontos históricos, como um poço, uma fonte de água cristalina, um porto, um cemitério e a igreja São João Batista, que fez 399 anos no dia 20 passado. Outro ponto que indigna os moradores são os valores das indenizações oferecidas pelo governo considerado aquém do real valor imobiliário.

Roseana favorece aliados em detrimento do povo.

Segundo Magno César Ferreira, que reside no local há 38 anos, para que a Via Expressa passe pelo local, cerca de 40 famílias terão que ser retiradas de lá. Ele conta que essas famílias moram ali há décadas e que o governo avaliou as casas em apenas R$ 28 mil a R$ 30 mil, valor esse que, segundo ele, não daria para comprar outro imóvel com a mesma qualidade e com a mesma boa localização das casas que podem ser retiradas. "Nenhum representante do governo estadual veio conversar conosco. Apenas o Max Barros veio aqui e falou que as casas iam sair. Fomos na secretaria de Infra-Estrutura e eles fizeram uma avaliação com esse valor ridículo, que mal dá para comprar um barraco em uma favela", diz Magno.

Enquanto isso de acordo com informações do jornalista Luis Cardoso o Governo do Estado irá pagar 100 milhões de reais pelos terrenos de Edinho Lobão que ficam no caminho da Via Expressa. O local foi comprado por Edinho algum tempo pelo valor de 300 mil reais, através da emissora Difusora.

Moradores reunidos para evitar o desalojamento


Remédios Marques é outra moradora do local que está com seu imóvel ameaçado. Moradora do bairro há 45 anos, ela afirma que não vai sair do local, assim como os demais moradores. "Nenhum dinheiro, ou outra casa, paga o valor das nossas casas. Esse bairro tem uma história que eles não podem destruir. Os responsáveis por essa obra tem que encontrar uma alternativa para a passagem da Via Expressa por aqui", diz.
Um dos meios de subsistência da comunidade do Vinhais Velho é o porto. De lá eles saem para pescar com suas canoas, além de, na época apropriada, tirar caranguejo para alimentação própria e venda. É uma área muito bela, com um píer de acesso à maré todo de pedra, além de ostentar um extenso manguezal.

Magno e Remédios, acompanharam a equipe de O Imparcial pelo bairro e mostraram uma grande área, que antes era ocupada por árvores frutíferas, como juçareiras, cajueiros, buritizeiros e mangueiras, totalmente devastada pelas máquinas da obra da Via Expressa. "Fizeram isso e não nos avisaram. É muito doído ver um trator passar por cima de tudo o que plantamos durante toda uma vida e de onde tiramos o nosso sustento, principalmente para quem é pobre. Não estão dando valor para tudo isso", reclama Remédios.

Areá de vegetação destruída, grande parte era formada por árvores frutíferas que abasteciam a comunidade

Como estão decididos a não deixar o local, os moradores já começaram a se organizar. No sábado pela manhã realizaram o Café da Resistência, que reuniu a comunidade e alguns políticos, que, segundo eles, prometeram interceder pelos moradores ante o governo estadual. "Isso aqui não é invasão, como muita gente pensa. É um bairro, tão antigo quanto a nossa cidade, e que não vamos deixar acabar", disse Remédios.

Com acréscimo de informações de O Imparcial






Um comentário:

  1. Primeiro vem a família, depois os amigos, em seguida os aliados. Com Roseana o povo não tem vez.

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