sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Primavera maranhense coloca à prova Roseana Sarney




Por: Mauro Sampaio/Acessepiaui

O Maranhão vive sua primavera revolucionária, não ao estilo árabe, com o povo nas ruas, exigindo a queda dos seus ditadores e apoiados pela democracia ocidental, mas com policiais civis e militares em greve geral e as ruas das principais cidades "sitiadas" por homens do Exército e da Força Nacional.  

A governadora Roseana Sarney (PMDB) birrou e não negocia sob pressão e ameaças. A Assembleia Legislativa foi ocupada e a guarda do Palácio dos Leões, sede do Poder Executivo, desapareceu.

A polícia maranhense não é a mais mal paga do Brasil e não há qualquer arrastão nos Estados para estancar a segurança pública e forçar a aprovação da proposta de emenda à Constituição que institui o piso nacional, a chamada PEC 300 (emperrada na Câmara dos Deputados por força dos governadores).

Roseana exige o fim do isolado movimento para conversar. Enquanto isso, entregou a segurança ao Exército e à Força Nacional. A patrulha em São Luís é feita por soldados bem armados. Eles circulam nas viaturas da Polícia Militar e estão presentes em praticamente todos os bairros.

Quem desembarca no aeroporto, é "recebido" pela tropa verde-oliva. A população não parece assustada ou incomodada. Na orla, no último domingo (27/11/11), bares lotados, muito pagode, surfe (isso, surfe), caminhantes, corredores e banhistas.

Mas, o quadro, se contado pela oposição, é estarrecedor, como se realmente o Maranhão estivesse fora de controle. Quem sabe.

A bancada federal do Estado, de maioria governista, tenta mediar um acordo para que a greve chegue ao fim. Roseana está irredutível e seu calo na Câmara dos Deputados, Domingos Dutra (PT-MA), desenha uma primavera de flores negras: "Se houver tragédia no Maranhão, se morrer gente no Maranhão, a responsabilidade única é da governadora, que não negocia, escora-se no Exército, descumpre acordo, desmoraliza todo mundo."

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