Na oposição (não vou chamar de oposição do campo contrário ao dos Sarney, porque, afora Castelo (PSDB), alguém poderia ficar zangado se eu assim o englobasse), três candidaturas já estão preparadas para entrar em campo: Edivaldo Holanda Júnior (PTC), Tadeu Palácio (PP) e João Castelo.
Todos os três comprovadamente com potencial de chegar ao segundo turno e vencer a eleição em São Luís. Atenção, tenho escrito (ah, ter de me explicar, prova indiscutível de que o maranhense mais graduado ainda tem duvida de que pulou da árvore!): a divisão em três candidaturas pode criar problemas para Flávio Dino (PCdoB) em 2014. Somente. As três candidaturas não perdem em potência.
E há o candidato dos Sarney, o petista Washington Luiz.
Washington Luiz é a prova irrefutável de que candidato não se inventa. Mesmo sendo vice-governador e tendo toda a visibilidade que o cargo oferece nos meios de comunicação da família Sarney, até aqui o homem só perde musculatura.
Na última pesquisa Escutec – que está acima de qualquer suspeita – Washington Luiz não só perdeu pontos porcentuais como, na diferença para menos, marca traço (na linguagem das pesquisa de audiência de tevê). É um fenômeno de sinal invertido. Até as análises mais ótimas apontam que o petista corre grande risco de sair da disputa menor do que entrou. Nada, porém, leva a crer que ele desistirá da peleja: por vaidade e maus conselhos.
Washington Luiz tem dito a interlocutores que pretende nacionalizar a campanha. Com isso quer dizer: pretende pôr Lula e Dilma na campanha. O problema da tese, se assim podemos chamar, é imaginar que os adversários além de estar cegos, surdos e mudos, estarão amarrados. Muito amador, meu caro Watson!
Impossível não imaginar que à tal nacionalização não corresponderá a regionalização. Ou seja, Washington Luiz estará pondo em jogo o sarneísmo e o antissarneísmo. Óbvio! Algum tolinho há de saltar do galho e perguntar: “Mas não foi você quem disse, Kenard, que a população irá votar em quem apresentar propostas viáveis e factíveis?” Minha resposta: desde quando o desejo de bem-estar apaga o natural antissarneísmo? Até a família Sarney, que não tem idiotas, diga-se, sabe que há um desgaste por conta de tanto tempo de poder. Só os bajuladores não sabem disso.
O problema de Washington é de peso. Nunca ganhou uma eleição, não é carismático, longe disso, e, pelos delicados que o cercam, é um candidato com o pé firme no sabonete.
E olha que não estou a falar das incontáveis e provadas denúncias contra o grupo petista comandado por Washington Luiz (preciso lembrar das falcatruas no Incra e da roubalheira na Secretaria de Educação, só para ficar em dois casos?). Ou algum ingênuo pensa que numa disputa eleitoral os adversários perdem a memória e a língua? Por favor…
Roseana Sarney (PMDB) inventou, de forma intempestiva, a candidatura de Max Barros (que não fazia nenhum segredo: não queria ser candidato a prefeito), quando tinha na Secretaria de Turismo Tadeu Palácio, o mesmo que vem mostrando musculatura inegável nas pesquisas de intenções de voto.
Há como mudar o quadro? Sinceramente, não sei dizer. Posso arriscar que não. Até porque Roseana Sarney tem demonstrado absoluto tédio político e administrativo. Que o diga o afoito primeiro-cunhado Ricardo Murad.
O que vem a ser mais um erro político. A eleição em São Luís era a prova dos nove para a governadora. O momento exato para mostrar que o discurso de mudança de práticas políticas não passa de mera retórica.
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