segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

São Luís sitiada, a cada ano Governo Roseana Sarney aumento os números de homicídios



Saldo do governo Roseana: 2011 registra 603 assassinatos na metropolitana

Comparado com o ano de 2010, houve um aumento de 17 ocorrências

POR GABRIELA SARAIVA (JP)

Em levantamento feito junto ao livro de ocorrências do Instituto Médico Legal (IML), foram registrados 603 assassinatos em toda a região metropolitana de São Luís, durante o ano de 2011, quase dois homicídios por dia. Comparado com o balanço feito pelo Jornal Pequeno, em 2010, quando foram registradas 586 mortes, houve um aumento de 17 crimes no ano passado. Do total de vítimas, 34 foram mulheres, 568 homens e uma ossada que ainda não se sabe precisar o sexo.

Novamente, a exemplo do que ocorreu no ano de 2010, em 2011 o número de vítimas masculinas superou as femininas. Também foi contabilizado um total de 34 assassinatos contra adolescentes e três contra crianças. Neste último registro, com crimes bárbaros que chocaram a população maranhense, como a morte da pequena Ingrid Silva Coutinho, de 1 ano e 8 meses, vítima de uma facada no peito esquerdo, desferida por Edmir Cardoso de Azevedo, de 23 anos, na Raposa – dia 26 de dezembro.

O local com o maior número de assassinatos foi a Cidade Olímpica, com um total de 21 mortes. Lego depois, veio a área do Coroadinho, com 20 registros, seguida da Liberdade, com 16 e do São Raimundo e Vila Embratel, com um total de nove casos cada. Ainda na região metropolitana, os municípios de São José de Ribamar e Paço do Lumiar contabilizaram um elevado número de homicídios, com 12 e seis casos, respectivamente.

Grande parte dos homicídios foi registrada com pessoas acima de 18 anos, chegando à soma de 561. A maioria das vítimas é considerada jovem, mostrando que a violência tem atingido cada vez mais as novas gerações.

Dos 603 homicídios, 400 foram praticados com uso de arma de fogo, 159 com arma branca e 49 com outros meios, quando as vítimas são mortas por meio de espancamento, estrangulamento ou uso de pedaços de madeira e pedras. Entre as pessoas que foram assassinadas, cinco eram policiais militares.

Ao longo do ano de 2011, várias mortes tiveram destaque e grande repercussão na imprensa. O mês em que houve o maior registro de assassinatos foi o de julho, com 68 mortes violentas, o número que supera em 29 o registrado no mês de julho de 2010, quando foram somadas 29 ocorrências. O mês de fevereiro foi o que apresentou o menor registro de assassinatos, 38 casos, três a menos do mesmo período de 2010.

No mês mais violento do ano, 61 casos foram com homens, sendo que destes um era policial militar, Luís de Jesus Arouche Ribeiro, morto durante assalto à sua residência, no Bequimão; três com mulheres, três adolescentes e uma criança, Rayssa Geyce Castro do Vale, de 7 anos, atingida com um tiro na testa na noite do dia 18, na Vila Palmeira.



Números de mortes por mês

Janeiro – Dos 54 assassinatos registrados nesse mês, três crimes tiveram destaque na imprensa: a morte de Paulo de Tarso Colins Silva, 22 anos, vítima de arma de fogo em frente à rodoviária, na Avenida dos Franceses; a de Carlos Fernando Madeira da Costa, conhecido como ‘Aquático’, 22 anos, assassinado em plena luz do dia, às 12h, no Jardim América; e a de José Wilson Rodrigues da Costa, o ‘Urso’, 33 anos, morto dentro de sua própria casa, também ao meio-dia, na Vila Magril – área da Santa Bárbara.

Fevereiro – Em fevereiro, entre os crimes que tiveram destaque está o que vitimou José de Ribamar Lopes de Amorim, 58 anos, assassinado pelo seu próprio irmão, Raimundo Lopes de Amorim, 65 anos, em Paço do Lumiar; e ainda a morte do idoso Ocindo Costa Gonçalves, 72 anos, vítima de arma de fogo no Conjunto São Raimundo.

Março – Dos 51 homicídios registrados em março mereceram destaque a dos ex-presidiários Jefferson Tadeu dos Santos, 24 anos, e Hamilton Silva Lindoso, 26 anos, que foram executados a tiros em frente à Boate Marrocos, no São Cristóvão, pelos mesmos autores.

Abril – Nesse mês, foram registrados 48 assassinatos, sete a menos do registro feito em 2010. Entre os crimes que ganharam destaque está o que vitimou o comerciante Ruan Carlos Souza Cordeiro, 36 anos, morto durante uma tentativa de assalto; e o que provocou a morte do adolescente Tiago Gomes Sena, o ‘Tiaguinho’, 17 anos, que teve parte da orelha direita decepada, na Raposa.

Maio – Nesse mês foram contabilizados 46 crimes, quatro a mais do número de ocorrências do ano passado. O destaque nesse período foram as mortes do cabeleireiro José Benedito Pereira Moraes, 64 anos, no Ipase, vítima de latrocínio; e a dos irmãos Antônio Carlos Macário Sousa, de 44 anos, e Domingos Macário Sousa, de 47 anos, estrangulados na Vila Maranhão.

Junho – Em junho foram registrados 45 homicídios, cinco a menos do que no mesmo mês em 2010. Entre os crimes que ganharam repercussão na imprensa está a morte do ex-presidiário José Márcio Pestana da Silva, de 30 anos, no Filipinho; do empresário Dorgival Alves Cavalcante, de 53 anos, no Araçagi; e do também empresário João Carlos Heluy de Araújo, de 73 anos, executado no Renascença II, tendo como principal suspeito de cometer o homicídio Itapuan Melo Ferreira, 63, que se matou horas depois, com um tiro na cabeça, no Caratatiua.



Julho – Os destaques entre os 68 assassinatos ocorridos nesse mês foram: Valéria Pereira Sampaio, morta com dois tiros na cabeça, na noite do dia 2, pelo marido, o policial militar Daniel Alves Sena. O crime foi praticado na residência do casal, localizada na Rua São Francisco, no Coroadinho. O de Jeferson Luís Alcântara Silva, morto por um tiro disparado pelo seu irmão, o policial militar Jaderson Alcântara Silva, na noite do dia 6, no Parque Aurora; e por último, o caso que mais chocou a população nesse período, isto é, a execução que vitimou João Batista Sousa do Vale e sua filha, Rayssa Geyce Castro do Vale, de 7 anos, na Vila Palmeira.

Agosto – Nesse mês foram registrados 45 assassinatos, cinco a menos do que o mesmo mês em 2010. Os destaques foram para as mortes de Lúcia Fernanda Nogueira Costa, de 16 anos, morta por um disparo feito pelo cabo da Polícia Militar Carlos César Costa, no Bom Jesus. O crime ocorreu quando a adolescente, que estava grávida de dois meses, voltava de uma festa com um grupo de amigos. Outro caso que ganhou destaque na imprensa foi o de Jussilene Gaspar, de 37 anos, assassinada com pelo menos dois tiros no interior de um bar, na Avenida dos Africanos, no Bairro do Coroado. Jussilene foi morta por um homem identificado como Cutrim, durante uma discussão porque ela havia estacionado seu carro na frente da garagem do suspeito. Em seguida teve a morte do ex-produtor da Banda Reprise, José Raimundo Nunes da Assunção, o ‘Nengo’, de 41 anos, e do cunhado dele, Flaviano de Azevedo, de 48 anos. Eles foram mortos a tiros, na Avenida São Luís Rei de França, no Turu, durante uma discussão de trânsito.

Setembro – Nesse período foram contabilizados 41 assassinatos, dois a mais do que o mês de setembro de 2010. Entre os crimes de maiores destaques na imprensa esteve o de Maria Luzia Reis Freire, de 75 anos, que teria sido morta estrangulada pelo filho adotivo, Joeldson Sousa Santos, conhecido como ‘Jojoca’, no dia 10, no Bairro da Liberdade. Logo Depois, no dia 13, Maria Antônia dos Santos Oliveira, foi morta pela própria filha, na Vila Maranhão. Outro destaque foi a morte do comerciante Reinaldo Nunes, assassinado dentro de sua padaria no Bairro do Cohatrac, ainda no dia 13. No dia 22 também ocorreu o assassinato de Valdene Rodrigues de Oliveira, o Olhão, morto por policiais militares do Serviço de Inteligência. Ele era acusado de ter matado o vigilante do supermercado Maciel, no Cohatrac, Aldenício da Conceição Lima, de 23 anos, no dia 21 do mesmo mês.

Outubro – Em outubro foram registrados 49 assassinatos, nove a menos que no mesmo período de 2010. Os destaques nesse mês foram para as mortes ocorridas pela guerra do tráfico de drogas no Morro do Zé Bombom, região do Coroadinho. Hugo Robinho Ribeiro Franco, o ‘Olhão’, foi morto no dia 9. Já no dia 10, em um tiroteio na mesma região, acabou morrendo, vítima de uma bala perdida, Maria das dores Costa, de 52 anos. Ainda teve destaque na imprensa, nesse mês os assassinatos do empresário Margeon Laniere Ferreira, encontrado enterrado em uma cova rasa em um terreno de sua propriedade no Araçagi. A investigação em torno do crime fez a polícia descobrir a ação de uma quadrilha que vinha atuando na cidade, na grilagem de terras e execuções de pessoas, com envolvimento do corretor de imóveis Elias Orlando e do vereador de Paço do Lumiar Júnior do Mojó.

Também teve destaque a morte da idosa Vicencia Gomes da Silva, no Sacavém, no dia 25; a do menino de 12 anos, João Pedro Oliveira, encontrado morto com golpes de faca, no banheiro de sua residência, na Vila Vitória, cujo assassinato permanece um mistério até hoje; e por último, no dia 31, a morte do pedreiro José de Ribamar Vieira, morto por policiais militares, durante uma perseguição que teve início em posto de combustível na Cidade Operária e terminou nas proximidades do retorno da Forquilha.

Novembro – Nesse mês foram somados 55 assassinatos, 11 a menos do que o mesmo mês em 2010. Quatro mortes foram destaques nesse período. O primeiro caso foi o presidente da Associação dos Moradores da Matança, Julião Mendes Sousa, morto a tiros no Bairro do Anil, no dia 4. Em seguida, no dia 7, veio o caso do policial militar George Willian Santos Moraes, executado em um Pit Stop, localizado na estrada de Ribamar, pelo traficante Flávio Soares Mendonça, conhecido como ‘Flavão’, que até hoje não foi capturado pela polícia. No dia 16, o policial militar reformado Carlos Alberto Santos Gaspar foi assassinado a tiros no João Paulo.

Já no final deste mês dois crimes na praia de Panaquatira chamaram atenção. O primeiro, no dia 20, foi o da advogada Geysa Rocha Pires, cujo principal suspeito de ser o executor dos disparos que vitimaram a mulher, Thiago de Sousa, ainda está foragido. No dia seguinte, também foi assassinado, na mesma localidade, o empresário Jaime Pereira da Silva, durante um assalto.

Dezembro – Em dezembro foram contabilizados 63 assassinatos, nove a mais em relação ao mesmo período em 2010. Três mortes foram destaques na imprensa nesse mês. A primeira foi a do policial militar Clóvis dos Santos Oliveira, de 42 anos, morto ao tentar evitar um assalto na Vila Itamar. No dia seguinte, foi morto pela Polícia Militar, um dos acusados de matar o policial Clóvis. Erivelton dos Anjos Belfort foi baleado na rua residência, também na Vila Itamar, e morreu no Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão 2.

Ainda teve destaque, nesse mês, a morte do policial militar reformado, Washington Luís Caires, de 54 anos, um dos homens apontados por ter recebido uma oferta para matar o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa, em razão das investigações em torno da quadrilha que agia há mais de 20 anos na grilagem de terras na região metropolitana de São Luís e na execução de pessoas. Washington foi assassinado por homens encapuzados em um carro preto, nas proximidades da praça da Macaúba. Ele ainda ficou internado por vários dias, mas não resistiu aos ferimentos.

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